Atualmente, a inclusão é um movimento mundial de luta das pessoas com deficiências e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar na sociedade. Falar em inclusão é falar antes de nada no paradigma de inclusão que vem sendo construído ao longo do tempo e nos direitos e deveres adquiridos neste contexto.
A inclusão escolar precisa ser
repensada no sentido que se está atribuindo à educação. Não podemos pensar e
inclusão sem antes definirmos as concepções de educação que temos. Será preciso
também ressignificar o processo de construção de todo o indivíduo,
compreendendo a complexidade e amplitude que envolve essa temática. Será
necessário ainda que uma série de barreiras sejam quebradas para que tenhamos
verdadeiramente uma sociedade inclusiva.
Precisamos pensar não apenas na escola
inclusiva, mas na sociedade como tal. Assim, a inclusão depende de mudança de
valores da sociedade e a vivência de um novo paradigma que não se faz com
simples recomendações técnicas e burocráticas, como se fossem forminhas de pão,
mas com reflexões dos professores, gestores, pais, alunos e de toda comunidade.
A inclusão social e escolar passa também pela constituição do psiquismo humano
para lidar com a diversidade.
Partindo desse principio sinalizamos a
necessidade de se garantir o acesso e a participação de todos, a todas as
oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada individuo e de
parcerias que favoreçam uma rede de apoio à inclusão.
A inclusão coloca inúmeros
questionamentos aos professores e técnicos que atuam nessa área. Muitos educadores
ainda se vêem perdidos ao receberem em suas salas de aulas alunos com algum
tipo de deficiência. Muitos destes educadores não recebem apoio ou formação
para atuar com este público. Neste aspecto, é difícil repensar sobre o que
estamos habituados a fazer, a escola do século XXI ainda está estruturada para
trabalhar com a homogeneidade, infelizmente. As mudanças exigem esforço de
todos e um ambiente construtor de práticas inclusivas deve rever os seus valores.
E a escola rever o seu Projeto Político Pedagógico e sua forma de avaliar.
Comumente, a cultura escolar foca as
deficiências dos nossos sistemas educacionais, e investe em estudos sobre o fracasso
escolar, nos déficits e nas deficiências onde o problema fica centrado na ‘incompetência’
do aluno. Há também que se lembrar que todos os alunos vêm com conhecimentos de
realidade que não pode ser desconsiderado, pois faz parte de sua história de
vida, exigindo da escola uma forma diferenciada par ao trato das dificuldades de
aprendizagem. Novas adaptações e novos métodos de ensinar devem emergir para
tentar assegurar que todos aprendam, mesmo que em ritmos diferentes. Temos ainda que saber que para que a inclusão seja
real, não basta garantir o que está propalado na legislação, mas demanda
modificações contínuas e profundas no
sistema de ensino. Por isto, deve perpassar por valores e práticas sociais
verdadeiramente inclusivas.
A inclusão também passa por mudanças na
constituição psíquica do homem, para o entendimento do que é a diversidade
humana. Para o trato com o diferente, o novo. E isto demanda tempo. Também é
necessário considerar a forma como nossa sociedade está organizada, onde o
acesso aos serviços é sempre dificultado pelos mais variados motivos. Falar em
inclusão é pensar no seu oposto: a exclusão. Este movimento é dialético e se
respalda na luta das minorias pelos seus direitos.
Finalmente, ressaltamos que
para o sucesso do processo de inclusão social e escolar é preciso que haja uma
transformação no sistema de ensino e nos caminhos que levam a sociedade a
refletir práticas verdadeiramente inclusivas a fim beneficiar toda e qualquer
pessoa, levando em conta a especificidade do sujeito e não as suas deficiências
e limitações
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