terça-feira, 28 de abril de 2015

CADERNO DE COMUNICAÇÃO

CADERNO DE COMUNICAÇÃO: SUA IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS 
COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS

O caderno de comunicação é um caderno utilizado para registrar as atividades realizadas no dia a dia. Com ele podemos conversar sobre o que fizemos, com quem e onde. Podemos sempre voltar as páginas e relembrar o que fizemos no dia anterior, semana anterior ou mês anterior.
 
Isto ajuda muito a criança com necessidades educativas especiais pois ajuda esta a localizar-se em períodos de tempo mais prolongados e na organização de sequencias de acontecimentos.
Sendo assim, o caderno de comunicação é:
  •   É uma estratégia de ensino pois ajuda a criança na sua organização, orientação, adequação e estruturação espacial e temporal;
  •   É um recurso que promove o diálogo, a conversação sobre um tópico comum trabalhando a linguagem expressiva e compreensiva;
  •   É um meio de ajudar a pessoa a criar memória e fazer associações entre as experiências vivenciadas e as que está vivenciando.
  •   É uma forma de ensinar a pessoa a refletir sobre seu dia.
Estes cadernos possuem os seguintes benefícios para o processo de ensino e aprendizagem:
  • Promovem a interação;
  •   Estimulam a comunicação;
  •   Propiciam a conversação / diálogo;
  •   Auxiliam na memória e na organização do pensamento.
  •   Ajudam a estruturar a rotina dando maior consistência ao processo de aprendizagem.
O ideal é fazer o registro logo após a atividade feita, mas é possível fazer um registro geral no final do dia, relembrando tudo o que fizeram juntos. Se você decidir registrar logo após a atividade lembre-se de “reler” o dia da criança antes dela ir embora.
 
Além disso, podemos fazer uso do livro de experiência real que conta a história de si próprio e de suas experiências ajudando o indivíduo reviver eventos passados, além de registrar passeios, datas comemorativas e atividades que precisam de reforço o que leva a uma aprendizagem significativa.
 
O livro de experiência real é importante pois:

  •   Ajuda o aluno e o professor a ensinar e rever conceitos e vocabulário relacionados com a atividade realizada;
  •   Reforça experiências que não ocorrem frequentemente dando um sentido para a aprendizagem
  •   Ajuda o aluno a sair do “aqui e agora”, pois permite o diálogo sobre eventos passados reforçando conceitos fora do contexto do evento real;
  •   Fornece uma fonte de materiais apropriados às necessidades individuais (visuais, táteis, conceituais e comunicativas e as habilidades da pessoa).
Os principais benefícios são:
  •   O indivíduo se coloca como sujeito da ação;
  •   O indivíduo é o personagem principal;
  •   O indivíduo pode aprender conceitos de maneira mais significativa, pois trata-se de algo que ela vivenciou primeiro;
  •   O indivíduo tem a chance de refletir sobre o que passou;
  •   Apresenta-se como estratégia para auxiliar a pessoa a lembrar de pessoas que conheceu e lugares por onde esteve, fazendo associações e auxiliando na estruturação de seu pensamento.
Para utilizar o caderno de comunicação e o livro de experiência real, devemos:
  • Envolver o aluno na produção de seu livro tanto quanto for possível;
  •   Permitir que a pessoa colete e guarde alguns materiais usados na atividade para serem colocadas no livro de experiência real (balão vazio de uma festa, colherinhas de sorvete, folhas de um parque, saquinho de batata, canudinho, etc.);
  •   Fornecer uma caixa ou sacola para a pessoa coletar estes itens;
  •   Para itens difíceis de colar para afixar no livro, pode-se usar sacos tipo “zip lock” presos no topo da página;
  •   No começo utilize um conceito principal por página, para auxiliar no desenvolvimento de conceitos;
  •   Ao invés de colar os itens utilize velcro para a pessoa ter a oportunidade de manusear os objetos novamente;
  •   Sempre utilize materiais apropriados às habilidades conceituais e visuais das pessoas com quem estiver trabalhando (avaliação funcional);
  •   A pessoa que for totalmente cega necessitará de estímulos táteis. Isso pode apresentar um desafio, mas com criatividade as estratégias propostas continuam sendo viáveis;
  •   Todo aprendizado vai do concreto para o abstrato (depende do estágio que a pessoa se encontra);
  •   Faça avaliações contínuas para assegurar que a pessoa esteja realmente entendendo o conceito representado pelo objeto ou figura (dependendo do estágio);
  •   A pessoa deve ser envolvida ativamente no processo participando da construção dos livros, calendários ou cadernos de comunicação.

INCLUSÃO SOCIAL E ESCOLAR: ELOS DE LIGAÇÃO



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Atualmente, a inclusão é um movimento mundial de luta das pessoas com deficiências e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar na sociedade. Falar em inclusão é falar antes de nada no paradigma de inclusão que vem sendo construído ao longo do tempo e nos direitos e deveres adquiridos neste contexto.
A inclusão escolar precisa ser repensada no sentido que se está atribuindo à educação. Não podemos pensar e inclusão sem antes definirmos as concepções de educação que temos. Será preciso também ressignificar o processo de construção de todo o indivíduo, compreendendo a complexidade e amplitude que envolve essa temática. Será necessário ainda que uma série de barreiras sejam quebradas para que tenhamos verdadeiramente uma sociedade inclusiva.
Precisamos pensar não apenas na escola inclusiva, mas na sociedade como tal. Assim, a inclusão depende de mudança de valores da sociedade e a vivência de um novo paradigma que não se faz com simples recomendações técnicas e burocráticas, como se fossem forminhas de pão, mas com reflexões dos professores, gestores, pais, alunos e de toda comunidade. A inclusão social e escolar passa também pela constituição do psiquismo humano para lidar com a diversidade.
Partindo desse principio sinalizamos a necessidade de se garantir o acesso e a participação de todos, a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada individuo e de parcerias que favoreçam uma rede de apoio à inclusão.
A inclusão coloca inúmeros questionamentos aos professores e técnicos que atuam nessa área. Muitos educadores ainda se vêem perdidos ao receberem em suas salas de aulas alunos com algum tipo de deficiência. Muitos destes educadores não recebem apoio ou formação para atuar com este público. Neste aspecto, é difícil repensar sobre o que estamos habituados a fazer, a escola do século XXI ainda está estruturada para trabalhar com a homogeneidade, infelizmente. As mudanças exigem esforço de todos e um ambiente construtor de práticas inclusivas deve rever os seus valores. E a escola rever o seu Projeto Político Pedagógico e sua forma de avaliar.
Comumente, a cultura escolar foca as deficiências dos nossos sistemas educacionais, e investe em estudos sobre o fracasso escolar, nos déficits e nas deficiências onde o problema fica centrado na ‘incompetência’ do aluno. Há também que se lembrar que todos os alunos vêm com conhecimentos de realidade que não pode ser desconsiderado, pois faz parte de sua história de vida, exigindo da escola uma forma diferenciada par ao trato das dificuldades de aprendizagem. Novas adaptações e novos métodos de ensinar devem emergir para tentar assegurar que todos aprendam, mesmo que em ritmos diferentes.  Temos ainda que saber que para que a inclusão seja real, não basta garantir o que está propalado na legislação, mas demanda modificações contínuas e profundas  no sistema de ensino. Por isto, deve perpassar por valores e práticas sociais verdadeiramente inclusivas.
A inclusão também passa por mudanças na constituição psíquica do homem, para o entendimento do que é a diversidade humana. Para o trato com o diferente, o novo. E isto demanda tempo. Também é necessário considerar a forma como nossa sociedade está organizada, onde o acesso aos serviços é sempre dificultado pelos mais variados motivos. Falar em inclusão é pensar no seu oposto: a exclusão. Este movimento é dialético e se respalda na luta das minorias pelos seus direitos.
Finalmente, ressaltamos que para o sucesso do processo de inclusão social e escolar é preciso que haja uma transformação no sistema de ensino e nos caminhos que levam a sociedade a refletir práticas verdadeiramente inclusivas a fim beneficiar toda e qualquer pessoa, levando em conta a especificidade do sujeito e não as suas deficiências e limitações