DMD:
A distrofia muscular tipo Duchenne foi descrita
pela primeira vez no século XIX (década de 60) por Guillaume Duchenne.
O QUE É:
Trata-se de uma doença muscular degenerativa mais
comum ligada ao sexo, manifestando-se unicamente em meninos, independente de
origem étnica e racial, com alta taxa de mutação do gene localizado no braço curto do cromossomo
X. Logo é um defeito localizado no cromossomo X. O gene da DMD localiza-se no
braço curto do cromossomo X.
O homem que apresenta um gene defeituoso irá
desenvolver a doença visto que ele tem um cromossomo X e um Y. A mulher por ter
dois cromossomos X, estará protegida da doença mesmo que um dos seus
cromossomos tenha uma mutação, sendo ela portadora; este gene defeituoso poderá
ser transmitido pela mulher aos seus filhos do sexo masculino, que
desenvolverão a doença, ou as suas filhas que poderão ser portadoras.
Em 2/3 dos casos a mutação é adquirida da mãe e em
1/3 a mutação ocorre no próprio menino afetado.
O gene responsável pela DMD foi clonado em 1986 e
identificada a proteína que ele produz, a distrofina, cuja ausência
acarreta as alterações musculares. O gene é muito grande e estudos tem
identificado uma parte dele que é funcionalmente capaz de produzir tal proteína.
Em 65% dos casos, ocorre perda de uma parte do DNA (deleção), em 5% duplicação
do gene e em 30% dos casos mutação de ponto.
INCIDÊNCIA:
Sua incidência de 1 a cada 3.500 nascidos vivos.
Na DMD há ausência de distrofina que é uma proteína
do citoesqueleto da membrana da célula muscular que está ligada a um complexo
glicoprotéico chamado complexo glicoproteico ligado à distrofina.
Essa deficiência aumenta a permeabilidade da
membrana celular e naturalmente aumento do influxo de cálcio para o interior da
célula (HOFFMAN, 1987). O aumento da concentração de cálcio intracelular pode
aumentar a produção de espécies reativas de oxigênio pela mitocôndria em modelo
animal de DMD (NETHERY, 2000).
DIAGNÓSTICO: A confirmação do diagnóstico de DMD é
realizado através de testes bioquímicos do sangue que apontará as concentrações
da enzima sérica creatina quinase (CK), da biópsia muscular, por histórico
familiar e pela apresentação dos sinais clínicos.
PRIMEIROS SINAIS:
Os primeiros sinais e sintomas clínicos se
manifestam, em média, entre os 3 e 5 anos de idade. O portador apresenta um
atraso para sentar-se, ficar em pé, caminhar, correr, saltar e sofre quedas
freqüentes.
Os pacientes perdem a capacidade da marcha entre os
8 e 12 anos de idade. Após este evento, podem surgir deformidades na coluna
vertebral e nos membros inferiores, há um maior comprometimento respiratório, o
que interfere na independência funcional
e na sobrevida deste paciente
A evolução da DMD, decorrente da degeneração
muscular, ocorre de tal forma que a criança por volta de sete a treze anos de
idade fica incapacitada de realizar a marcha independentemente. Com a
necessidade da utilização da cadeira de rodas, os encurtamentos e os problemas
posturais se intensificam, ocasionando normalmente uma cifoescoliose e
deformidades em flexão de membros superiores e inferiores, consequentes das
contraturas que ocorrem devido ao posicionamento contínuo na posição sentada e
pelo próprio processo da doença. Quando há rotações das vértebras na coluna,
consequentemente há uma deformidade na caixa torácica, que juntamente com a
fraqueza da musculatura, leva a complicações respiratórias repetitivas, sendo
estas e o comprometimento cardíaco as causas mais frequentes do óbito do
paciente.