PercebeImos que
a insatisfação dos educadores com o sistema de ensino atual é notória e, que o
discente está buscando nas teorias respaldo para encontrar respostas para sua
prática. Lacemos então, o nosso olhar para além do aparente reconhecimento da lógica que permeia a prática curricular.
Apresentaremos neste texto uma análise reflexiva e crítica sobre o currículo,
vislumbrando as inúmeras possibilidades encontradas pelo educador para
transitar do currículo oficial para o real.
Neste momento
de ação/reflexão cumpre enfatizar a necessidade de considerar o currículo como
uma ação política, dotada de intencionalidade. Assim, ele não deve se ater ao
óbvio, ao programado. Há a necessidade de abordar o currículo como uma prática
social, obviamente vinculada a atividade humana concreta num dado contexto
histórico.
Neste contexto
o currículo não poderá ser definido unilateralmente, dentro de uma concepção tecnicista,
tampouco poderá ser percebido apenas
como (re) construção social, o que reforçaria ainda mais o seu caráter
ideológico. Ao contrário, terá seus pilares fundamentados nas interrelações
pessoais visando a qualidade destas relações, sendo pois, flexível às
transformações.
Certamente não
encontraremos receitas ou teorias prontas que respondam aos apelos de cada
aluno, de cada educador e de cada instituição, mas cremos que novos caminhos
estão surgindo e novas trilhas irão nortear o nosso novo caminhar.
TEORIA DO CURRÍCULO: ABORDAGENS DE UM
PROCESSO
Pretendo aqui, não apenas teorizar Currículo, mas avançar em questões que
com certeza mudarão a nossa postura enquanto educadores, independente da esfera
de ensino na qual cada mestranda está
inserida. Com certeza não somos as mesmas. Construímos uma nova identidade
pedagógica e nos referimos a ela
enquanto prática transformadora, emancipatória, critica.
Quando nos
referimos a uma prática emancipatória
pensamos em um currículo na mesma
perspectiva, que vise a formação de pessoas confiantes em sua próprias
capacidades, em seu próprio saber, onde o coletivo ganha foça e valores como
solidariedade, generosidade dentre outros, estarão presentes.
Toda mudança
emerge de uma motivação (algo que motiva a ação), e este algo já estava em cada
uma de nós... já havia o desejo de fazer uma prática diferente. A mediação
educadora/alunas revelou-se extremamente dialógica, enquanto não nos prendemos ao tempo curricular, a uma
padronização linear, sequencial daquilo
que fora apresentado em nossa ementa. Oxalá!!!
Muitas alunas (minhas queridas alunas) demonstraram que estão rompendo com os currículos fechados, com os pacotes
prontos, encontrando nas “brechas” de um documento oficial uma atitude de
mudança que passou pelo crivo das críticas em suas Instituições de origem mas
que foram e continuam sendo sementes jogadas à beira do rio que com certeza
germinarão.
Os relatos das
práticas docentes deixaram entrever que realmente temos que perceber o
currículo como uma trilha. Pois, em sua etimologia a palavra curriculum, de origem latina, designa a
rota, o caminho e em sua denominação educacional o termo apresenta-se
impregnado de valores. E representa a síntese de conhecimentos valorativos que caracterizam o processo social expresso
pelo trabalho pedagógico. Percebemos que o educador veementemente capaz, cujo o
domínio técnico não falta, faz com garra
a transitação do currículo oficial para o currículo real.
O comprometimento
político com a tarefa de educar foi ponto comum no instante em que as alunas em
grupo ou individualmente instigavam, atiçavam, cutucavam no sentido de mostrar
que uma nova educação está emergindo. Reconhecemos que o paradigma
técnico-linear está presente... mas não faremos dele nossa premissa. Há um
esforço em se romper com as idéias fragmentadas, impostas, rígidas.
Vislumbramos um amanhã diferente!
Percebe-se que não
estamos apenas buscando um caminho novo, mas uma nova maneira de caminhar.
As práticas relatadas extrapolam
o campo do formal e exploram uma aprendizagem significativa. Neste sentido
Ausubel (1982:38) sempre esteve em nossos debates e encontros. Pois ele já
dizia:
Se eu tivesse que reduzir toda a
Psicologia educacional a um único princípio,
diria isto: o fator isolado mais importante que influencia a
aprendizagem é aquilo que o aluno já conhece. Descubra o que ele já sabe e
baseie nisso os seus ensinamentos.
Os
conceitos que estavam enraizados em nosso fazer foram colocados em cheque.
As nossas estruturas se abalaram e nossas
verdades começaram a ser questionadas e o mais importante, por nós mesmos.
Nos apresentamos desnudas de
preconceitos... o novo é muito bem
visto. Mudar não é fácil, pressupõe
aceitação de idéias que muitas vezes se chocam.
Iremos ao encontro de VEIGA
(1998:15) ao afirmar que:
O ponto que nos interessa reforçar é que
a escola não tem mais possibilidade de ser dirigida de cima para baixo e na
ótica do poder centralizador que dita as normas e exerce o controle técnico burocrático. A luta da escola é para a
descentralização em busca de sua autonomia e qualidade.
Percebemos que embora os algumas
educadoras tenham relatado falta de acesso ao projeto pedagógico de sua
instituição, houve um inerente desejo de ousar, de fazer diferente. Isto nos fornece
subsídios suficientes para afirmar que a citação acima é extremamente
pertinente, a medida em que o poder centralizador da escola vai sendo driblado
pela prática docente. A resistência aos padrões impostos verticalmente está
presente e diga-se, de forma muito inteligente. Pois, houve o tempo todo a
tentativa de articular teoria e prática, coisa que o paradigma técnico-linear
não dá conta. Então estamos trilhando o caminho de pensar e fazer currículo
praxiológico.
Percebemos que ao referenciarmos o Projeto Pedagógico, houve a
preocupação em apontarmos
a importância de se trabalhar com uma nova forma de conhecer. Ou seja, o novo
paradigma propõe o conhecimento produzido por alunos, professores e demais
grupos sociais. Tal conhecimento é percebido em sua fragilidade e aos poucos
vai sendo desmistificado e construído a partir de questionamentos e
curiosidades, o que o torna realmente significativo.
CORAZZA in MOREIRA (1997) nos fará refletir sobre esta prática a partir
de sua experiência. Isto nos faz cer na infinita possibilidade de
transformarmos o planejamento. Que conforme alguns relatos, foram entregues
como um bloco a ser cumprido. Pacotes prontos foram questionados e outros
rejeitados. Vemos nisto não apenas uma ruptura com o poder centralizador acima
esboçado, mas principalmente, uma ruptura (mesmo que não se tenha consciência)
com o sistema político neo-liberal. A autora acima referenciada nos dirá:
Sem que, por atentarem e produzirem saberes acerca de aspectos
culturais, à primeira vista, menos políticos, tais escolas enfraqueçam sua
capacidade crítica e, ao contrário, possam ampliar e rearticular seu próprio
esforço educacional de oposição. (p.104)
A equipe de alunas que foi a Ribeirão Preto assistir ao
Congresso Currículo e Contemporaneidade
nos trouxe a certeza de que o currículo deve ter como ênfase a questão
cultural. Tal currículo deverá ser percebido com críticas à política de
globalização e ser palco de manifestação de diferentes identidades culturais.
Trabalhar neste sentido exige esforço, sensibilidade, compromisso político com
a educação e acima de tudo com a humanização do ser.
O parágrafo acima não faz apenas alusão a questão cultural,
mas crê piamente que só haverá transformação
curricular quando deixarmos de perceber os alunos como homogêneos. Será na percepção das diferenças
que emergirá o novo. Transgredir com o
paradigma imposto significa ter em mente o que se pretende com o novo. A fala
da professora Mara Sordi soa muito bem quando afirma que quanto mais eu quero transgredir, mais organizado terei que ser. O ato de educar é impregnado de sentido político e como ato político, não pode ser
neutro, não sendo neutro deve ser organizado, planejado, dotado de sentido para
não passar pelo viés da ingenuidade.
Se pretendemos assim como CORAZZA, assumirmos uma postura
contra hegemônica, deveremos planejar nossas ações educativas não no sentido de
formar o homem apenas para o amanhã. Mas sim, para o momento presente,
recuperando o passado. Pois, será no dia
a dia que o processo de formação será alicerçado.
SANTOS (1996:16) reforça a idéia acima ao expor:
...a teoria da história da modernidade desvalorizou sistematicamente o
passado em benefício do futuro.
Será neste sentido que a Universidade de recuperar o seu
papel, avançar, transgredir, ser palco
para novos debates e possivelmente mostrar a coerência entre teoria/prática.
Buscamos na citação de GEORGEN (1999:13) sustentação para
este pensamento:
É esta visão que nos
permite afirmar que o estudo universitário, além da ciência e técnica deve
formar uma linguagem e um potencial preocupados com a emancipação humana.
Esta citação nos permite afirmar que será neste campo de luta
chamado Universidade que sairão novos teóricos, difusores de idéias. Que
atuarão em diversos campos profissionais e muitos estarão voltados para a
docência. Assim, a história do professor se dá sobre pessoas e não sobre
coisas. O professor não pode ser um mero reprodutor de ideologias, pois o aluno
não é matéria-prima morta, tampouco uma tábula
rasa. Seus objetivos são atingidos nas interações, nas relações
interpessoais. Sua prática precisa
desvelar algumas questões. Dentre elas sugerimos que o educador reflita sobre:
- O desenvolvimento do
aluno corre em que direção?
- Pode a
escola/universidade ser um instrumento de superação dos valores capitalistas?
- Pode o educador ser agente de transformação, sendo ele
próprio um instrumento de produção
de valores de uso que favorecem a reprodução social?
- Nesta ambigüidade qual o papel de uma prática docente emancipatória?
Estas questões merecem um aprofundamento que neste instante
não nos objetivamos realizar dada a complexidade de cada ítem. Porém, as
reflexões neste sentido são pertinentes ao se teorizar e executar currículo
dentro de uma sociedade capitalista.
Permitimo-nos afirmar que
a questão da educação nunca foi tão discutida como em nossos dias. Nossa
leitura é de uma escola com passado, presente e futuro que constitua em suas
bases solidez para que o novo possa ser
apreciado e as práticas ocultas que
sempre estarão presentes sejam percebidas e desveladas. Afinal, a música de
Ivan Lins não veio ao nosso encontro sem propósito. Cremos “num novo tempo”.
DEFININDO MINHAS LIMITAÇÕES:
O atual cenário
educacional brasileiro apresenta-se às escolas contemplando as inovações da era
tecnológica, diante de uma política neo-liberal que acarreta transformações
no/do mundo do trabalho. Toda essa rapidez de informações gera incertezas,
angústias e sugere mudanças paradigmáticas no bojo social e escolar.
Diante do exposto,
as instituições escolares não podem ficar passivas, omissas, participando
apenas como espectadora das transformações que emergem no mundo. Pois, tais
mudanças afetam diretamente a escola suscitando uma efetiva necessidade de
alterações nas propostas curriculares.
Diante disto,
algumas dificuldades tiveram que ser superadas, no intuito de reconstruir,
reestruturar teorias que fizeram emergir novas reflexões. Muitas vezes senti
necessidade de definir um conceito para os termos Currículo, Grade
Curricular, Projeto Pedagógico, Proposta
Pedagógica... enfim as idéias ferviam em busca de respostas (que sabemos não
vêm prontas, mas aliadas a uma práxis). Hoje, após as várias leituras e a
princípio o texto de Domingues (1986)
alguns pontos puderam ser norteados, principalmente porque nos pegamos em pleno
casamento com o paradigma técnico-lenear. Há que pensar em divórcio!
Entretanto, toda ruptura é dolorosa e não ocorre da noite para o dia.
Penso, diante das adversidade, na possibilidade de propor uma modalidade de
currículo que atenda as reais necessidades do educando e da comunidade na qual
este encontra-se mergulhado. Talvez assim,
nos fosse possível construir uma ponte entre aquilo que o aluno já
domina e aquilo que ele pode vir a construir com o auxílio do professor
mediador. Percebemos na fala das colegas de classe a autonomia relativa
delegada ao professor. Há muitas resistências frente ao novo e desvincular-se
de uma prática significa empreender, compreender e principalmente refazer o seu
cotidiano paulatinamente e que embora esta necessidade de transformar seja
latente as barreiras são muito grandes.
Encontramos em
VIANA (1986:03) o suporte teórico que embasa a angústia expressa pelas alunas
em nossos primeiros encontros:
Em nossas escolas, os
objetivos não são muito claros. São,
geralmente, inadequados e
dificilmente renovados, determinados sem pesquisa e sem conhecimento da
clientela a que se destinam. Normalmente, não se ajustam ao processo de mudança
acelerada que caracteriza a sociedade
atual e, muito menos a um trabalho educativo,
dialético, que conduza à verdadeira educação. Além disso, muitas vezes,
tais objetivos são simplesmente copiados de planos de anos anteriores, ou de
outros já prontos, pagos para serem feitos por terceiros ou comprados de
agências especializadas.
Durante as aulas,
também nos foi possível observar que ao longo da história da educação houveram
várias alterações no que tange à legislações, teorizações e o surgimento de
novas pesquisas que hoje formam um leque de opções, frente ao qual muitas vezes
vemos o nosso auto-retrato. Hoje o
currículo pode ser percebido como uma trilha, como um caminho para... conforme
citamos linhas acima, diante desta
trilha há idas e voltas, ora apresentando-se ao educador como um trajeto nem
sempre regular. Novamente a crença na importância da historicidade do Currículo
torna-se ponto crucial, uma vez que a própria história é permeada por idas e
voltas.
Por este ângulo
podemos pegar um viés através do qual nos seja possível perceber o papel que
cada disciplina ocupa dentro de uma proposta curricular. As mudanças ocorridas
no mundo do trabalho geram mudanças gritantes na escola.
Entendendo Conceitos:
Através dos debates em sala de
aula, alguns conceitos começam a clarear. Entendo que o Projeto Educativo é a primeira planificação que a escola deve
elaborar. Nela serão expressos o que a equipe pretende construir, ou seja,
declarar suas intenções de trabalho.
Percebi no decorrer de nosso
curso que há distinção entre o
termo acima referenciado e Proposta Curricular. Esta última
apresenta-se como uma proposta frente à
qual a escola determina para a comunidade educativa como se propõe a desenvolver um trabalho que atinja
o que foi expresso no Projeto Educativo.
Para entender
melhor a abrangência do termo Currículo,
recorremos a Forquim (1993). Segundo este autor o currículo pode ser entendido como um percurso educacional, seqüência de situações de
ensino e aprendizagem, programa de atividades, organização da escola condução
da aprendizagem. Idéias mais ampliadas ligadas à execução, ao resultado que o
aluno obtém como produto da experiência na escolarização.
Entretanto,
caberia acrescentar a este conceito a idéia de que aprendizagem é processo, percurso e como tal não pode
ter um fim em si mesma, logo o resultado é menos importante que o caminho que o
aluno percorreu no decorrer deste processo.
Todavia, revendo um passado não muito distante, noto
que por diversas razões as mudanças paradigmáticas demoram a ocorrer talvez
porque hoje vemos uma escola sem identidade, sem referências, sem saber o
seu norte. Há um empurra-empurra quanto
às atribuições das “culpas”. Resta-nos
fazer a nossa parte visto que a escola é sem dúvidas uma das instâncias mais
importantes da sociedade e sua função básica que é o ato de ensinar deve
ser muito mais ampla do que simplesmente
limitá-la a transmissão de conteúdos, que por si só, não desenvolve as habilidades
necessárias
para formar um cidadão crítico e criativo. Se a escola se propõe a ensinar que
ensine bem aquilo que os educandos carecem aprender.
Assim,
chegamos aos primeiros anos deste novo milênio numa profunda crise que engloba
a sociedade e seus vários segmentos. Neste contexto, a escola terá que se
pautar num projeto educativo emancipatório
que, conforme afirma SANTOS (1996), combata aplicação técnica da ciência, o
conhecimento como “regulação”
e o imperialismo cultural. Precisamos recuperar a nossa capacidade de
indignação frente ao sofrimento humano.
ESTABELECENDO CONEXÕES:
Torna-se de
suma importância para a análise do processo de avaliação educacional estudar e
compreender o currículo. Estes dois conceitos fundem-se no momento em que
a avaliação passa a ser o fim, o produto
final da prática curricular (distorcida) explícitas ou não na proposta
pedagógica ou nos planos de curso, com ênfase ao rigor lógico das respostas. Ambas assim percebidos
merecem uma revisão de conceitos e uma análise crítica das práticas a elas vinculadas.
Das tendências
que pretendemos abordar para elaborarmos a dissertação de mestrado, um aspecto
sobressalta-se aos demais: esclarecer a diferença entre avaliar e medir. Esta
crítica aferirá se é possível mensurar o
sujeito cognoscente.
Assim como a
prática de currículo, a avaliação ainda está mergulhada no padrões técnicos,
burgueses e lineares. Trataremos nesta
temática a avaliação sob dois aspectos: descrição qualitativa e descrição
quantitativa. Para isto, compreender o currículo será em síntese, um caminho
para que a concepção formativa em avaliação possa ser viável nas escolas do
ensino fundamenta e principalmete, naquela em que receberá minha proposta de
pesquisa.
Não sendo desconexas avaliação e currículo implicam em
práticas qualitativas que ressaltam a importância das relações humanas no que
se refere ações planejadas, que requerem conteúdos significativos, opondo-se a
aprendizagem de conteúdos desvinculados da realidade do aluno, o que torna tais
conteúdos irrelevantes.
Atualmente a
avaliação educacional está sendo um assunto bastante disputado por diferentes
disciplinas e cursos acadêmicos, fato que nos leva a confrontar dentre outros
aspectos sua ênfase como mecanismo de regulação à uma mudança de postura
docente enquanto avaliação diagnóstica tão revalidado pela psicopedagogia.
Muito teríamos
a ressaltar sobre a questão mas no presente momento nos deteremos apenas a
afirmar que a avaliação terá que ser compreendida no eixo das relações sociais,
sendo muito mais que um instrumento de legitimação do poder institucionalizado
no seio escolar.
A análise
crítica do currículo sustentará a premissa do referido projeto de pesquisa ao
tentar desocultar o poder
centrado no ato de avaliar. Estaremos
buscando respaldo na etnografia para sustentarmos a avaliação enquanto processo
possível de trazer efetivamente melhorias qualitativas ao processo de
ensino/aprendizagem.
As mudanças no campo curricular e
avaliativo são desejáveis... façamos a
nossa parte, porém com ênfase no coletivo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente
estudo procurou problematizar a questão do currículo e perceber as rupturas que
estão emergindo nesta área. Buscamos
enfatizar esta prática permeada
por relações nem sempre transparentes e sempre carregada de valores.
Entretanto,
percebe-se muito claramente que as malhas das teias do poder permeiam o campo
curricular e ditam regras que atribuem ao seio escolar uma aparente
legitimidade quanto à sua autonomia. Isto foi colocado em xeque à medida em que
apareceram nos relatos e nas leituras realizadas a autonomia relativa do
professor. Muitos descortinaram suas antigas práticas de maneira escamoteada,
crendo no seu fazer pedagógico, apresentando à coordenação de seus cursos o
currículo oficial diferente do
real. Coragem e ousadia não faltaram e
certamente estaremos ainda mais amadurecidas para enfrentarmos novos desafios.
Enquanto
partícipes deste processo, vimo-nos diante de uma realidade que está em
transformação. Mais do que nunca a motivação e a vontade de colocar em prática
a nova teoria se fez presente,
particularmente em minha vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AUSUBEL,
David. (1982). Aprendizagem
Significativa: a teoria de David Ausubel.
São Paulo: Moraes
CORAZZA, Sandra M. (1997) Planejamento de ensino como
estratégia de política
cultural. IN:
MOREIRA, Flávio Barbosa. Currículo: Questões Atuais. Campinas, SP:
Papirus (Coleção Magistério: formação e
trabalho pedagógico)
DOMINGUES, José Luís. Interesses humanos e paradigmas
curriculares. IN: Revista
brasileira
de estudos pedagógicos. Brasília,
67 (156). 351-66. Mai-ago 1986
FORQUIN, J. C. (1993). Escola e Cultura: as bases
sociais e epistemológicas do
conhecimento escolar.
Porto Alegre: Artes Médicas
GEORGEN, Pedro (1999). Universidade: a busca de uma nova
identidade. De olho
na universidade. Rev. APROPUCC:
Campinas
MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa (org). (1997). Currículo
questões Atuais. Campi-
nas, SP:
Papirus. (Coleção Magistério: Formação e trabalho Pedagógico)
VEIGA, Ilma Passos
A. (org). Projeto Pedagógico da escola: uma construção
possível. Campinas. SP: Papirus
VIANNA, Ilca Oliveira de Almeida. (1986). Planejamento
participativo na escola: um
desafio ao educador. São Paulo: EPU (Temas básicos em educação e ensino)
SANTOS, Boaventura de Souza
(1996). Para uma pedagogia do Conflito. IN: SILVA, Luís Eron da. Reestruturação curricular:
novos mapas culturais, novas perspectivas educacionais. Porto Alegre, RS : Sulina, pp. 15-33