segunda-feira, 18 de maio de 2015

DEFICIÊNCIA MENTAL, AFINAL O QUE É?

Deficiência mental e Síndrome de Down.

 Silvia P. Ruschel, Maria Alice Fontes

Desde o princípio da existência humana, sempre existiram pessoas cujo funcionamento intelectual encontrava-se abaixo do esperado para a idade e para a sociedade a qual pertenciam. No entanto, a deficiência mental (DM) começou a ser definida somente a partir do século XX. Atualmente, cerca de 5% da população dos países em desenvolvimento são portadoras de DM.
O que é Deficiência Mental? A Associação Americana de Psiquiatria a define como “um funcionamento intelectual significativamente inferior à média, acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, auto-cuidado, vida doméstica, habilidades sociais, relacionamento interpessoal, uso de recursos comunitários, auto-suficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança.” Em outras palavras, a DM é uma condição de limitação funcional em qualquer área do funcionamento humano, considerado inferior à media geral das pessoas de um determinado meio sócio-cultural. Assim, o conceito de DM é relativo, podendo um indivíduo ser considerado deficiente em uma cultura e normal em outra. Uma limitação funcional não é suficiente para o diagnóstico de DM, a menos que exista um mecanismo social que a caracterize como deficiência.
Como é feito o diagnóstico de DM?Ao serem observados prejuízos no desenvolvimento da criança, a mesma deverá passar por uma avaliação, que inclui uma bateria de testes e observação de seu comportamento. Essa avaliação é feita sob critérios quantitativos (com instrumentos de medida de QI – Quociente de Inteligência) e qualitativos, levando-se em consideração seu funcionamento adaptativo, através da avaliação de suas dificuldades e potencialidades. Dessa forma, a avaliação da criança engloba os aspectos intelectual, motor, cognitivo e social.
Qual o tratamento para a DM? Uma vez que a criança nasce com DM, ela sempre será portadora dessa condição. No entanto, essa criança precisa ser estimulada até o ponto máximo de sua capacidade. Com a estimulação – que deve abranger os aspectos motores, cognitivos e sociais do desenvolvimento – em casa, na escola regular e em programas especiais, os prejuízos decorrentes da DM são minimizados, e ocorre a expansão do nível de independência que contribui para a melhora do funcionamento adaptativo da criança.
Quais são as causas e os fatores de risco para a DM? São muitas as causas e os fatores de risco, que vão desde as condições pré-natais até as pós-natais. Mesmo assim, em muitos casos não é possível esclarecer totalmente a causa da DM. As síndromes genéticas (uma das condições pré-natais) são a causa de boa parte do número de casos de DM; entre elas, destaca-se a Síndrome de Down, responsável por cerca de 18% dos casos de DM.
O que é a Síndrome de Down? A Síndrome de Down é uma alteração genética que ocorre em média em 1 a cada 800 nascimentos, e cuja incidência aumenta com o avanço da idade da mãe. Seus portadores possuem DM, de leve a moderada, além de alguns problemas clínicos como cardiopatias, hipotonia muscular (flacidez ou “bebê mole”), problemas auditivos e visuais, distúrbios da tireóide, neuropatias, obesidade e envelhecimento precoce. O termo Síndrome de Down foi referido pela primeira vez em 1961; até então era denominado mongolismo pela semelhança na expressão facial de seus portadores e as pessoas nascidas na Mongólia. No entanto, o termo mongolóide tornou-se pejorativo e foi excluído do meio científico.
Estudos comprovam que a estimulação proporciona ótimos resultados, independente de sua data de início; no entanto, quanto mais precoce for a estimulação das crianças com qualquer tipo de DM (portadoras de Síndrome de Down ou não), mais eficientes serão os resultados e melhor será o seu desenvolvimento global. Todos deverão estar envolvidos na estimulação – pais, professores, profissionais de saúde – para que a criança se desenvolva até o seu nível máximo, adquirindo maior grau de autonomia e principalmente, podendo desfrutar das experiências da vida como um todo.
Referências bibliográficas
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais - 4º edição. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.  http://gballone.sites.uol.com.br/infantil/dm1.html
http://www.ndss.org

http://www.portalsindromededown.com

Agradecemos a participação da psicóloga Selma Boer na elaboração do texto.

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