quarta-feira, 21 de outubro de 2015

SOBRE SER PROFESSOR



“Uma das coisas que realizo com maior alegria é ensinar, fazer aulas. Gosto das aulas tanto quanto gosto daquilo que ensino. Fui escolhendo devagar o meu ofício e hoje tenho certeza de que não poderia fazer escolha melhor. Pode soar romântico este testemunho, quando se considera a situação em que vivem os professores no Brasil. Não pensem que sou uma exceção, um caso raro. Não deixo de enfrentar limites, de querer de vez em quando “largar tudo”, de ver às vezes a esperança se afastar. Entretanto, é no próprio espaço do trabalho que “esperanço” de novo, que retomo com vigor a luta, que encontro possibilidades e alternativas. Auxiliam-me nesse movimento a prática e a reflexão sobre ela, o fazer e o pensar crítico sobre ele, num exercício que mescla razão e paixão”. (RIOS, 2009)





domingo, 11 de outubro de 2015

SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO





No atual cenário educacional brasileiro, temos acompanhado uma fragilidade no que tange a pesquisa.
Muitos de nossos alunos adentram o Ensino Superior com grandes defasagens em interpretação textual e principalmente em esboçar o seu senso crítico, seja em âmbito verbal ou escrito.
A disciplina de Metodologia Científica,  visa, dentre outros aspectos, colaborar para que o saber acumulado seja sistematizado.
O professor orientador precisa transitar por caminhos que o aluno também conheça. Os recursos pedagógicos devem ser aliados na busca por mais e maiores informações, tornando-se assim um desafio para o aprendizado e para o enriquecimento em sala da aula, e para além dela.
O ensino não pode vir dissociado de pesquisa e vice-versa.

 A referida disciplina propedêutica  está na maioria das vezes atrelada a elaboração  TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Em minhas aulas, costumo enfatizar que este pensamento trai o aluno. Pois,
as técnicas de estudo e leitura, os modos de análise, pensamento e escrita compatíveis com o rigor científico, as técnicas de produção de conhecimento válido, as normas de elaboração de resenhas, são para toda a vida acadêmica e extra-muros universitários.
A monografia, cumpre um papel, mas é apenas um dos créditos a serem cumpridos.

Sabemos que a  formação acadêmica  não se limita ao cotidiano da sala de aula. Assistir às aulas, fazer os trabalhos e sair-se bem nas avaliações está longe de ser o suficiente. Ao longo dos cursos de graduação o acadêmico deve preocupar-se com o contínuo enriquecimento de sua formação, participando de eventos científicos, fazendo estágios, lendo obras de interesse, participando de grupos de pesquisa e publicando artigos em revistas especializadas com o apoio dos professores orientadores.

Defendo a premissa de que qualquer estudante pode participar de experiências científicas. O saber discente, consolidado qualitativamente exige formação científica constante.

Vemos que muitas disciplinas ministradas nas escolas e faculdades de nosso país são desvinculadas da realidade, vejam o exemplo de Biologia, Física e Química. Muitas escolas e centros acadêmicos não contam com laboratórios, fato que distancia o aluno do objeto do conhecimento.

Tenho duas pesquisas na área Educacional que comprovam que o hábito de leitura ainda é pouco comum entre os estudantes. Sabemos que a leitura assídua aumenta a capacidade de redigir e aguça a criticidade.

E quando o assunto é a ABNT ((Associação Brasileira de Normas Técnicas)? Neste caso, muitos estudantes simplesmente sentem aversão pelo tema.
Isso tende a agravar a situação com os constantes trabalhos CtrlV+CtrlC... a falta de leitura e a pouca habilidade com a escrita, levam o nosso aluno a cometer abusos acadêmicos e total falta de ética. Fazer referências, citar, dialogar com o autor, mesmo que discordando, são atitudes acadêmicas que devem acompanhar toda a vida do estudante, seja ele universitário ou não. Pois redigir cientificamente é articular saberes. Nenhum aluno é uma tábula rasa e nenhum professor domina todas as teorias.

O professor orientador deve ser o articulador que tecerá orientações de caráter metodológicos e incentivará o aluno a expor o seu ponto de vista criticamente.

Noutro artigo, abordo a indissociabilidade entre ensino e pesquisa. A estreita relação entre uma e outra pode ser feita na Universidade (também).
Que fique a reflexão sobre a divulgação de saberes. Pois, o conhecimento represado em nada colabora.Este só tem utilidade para a humanidade, se compartilhado.



Referências:

RUIZ, Álvaro João. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 6ª.ed. São Paulo: Atlas, 2009.