domingo, 11 de outubro de 2015

SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO





No atual cenário educacional brasileiro, temos acompanhado uma fragilidade no que tange a pesquisa.
Muitos de nossos alunos adentram o Ensino Superior com grandes defasagens em interpretação textual e principalmente em esboçar o seu senso crítico, seja em âmbito verbal ou escrito.
A disciplina de Metodologia Científica,  visa, dentre outros aspectos, colaborar para que o saber acumulado seja sistematizado.
O professor orientador precisa transitar por caminhos que o aluno também conheça. Os recursos pedagógicos devem ser aliados na busca por mais e maiores informações, tornando-se assim um desafio para o aprendizado e para o enriquecimento em sala da aula, e para além dela.
O ensino não pode vir dissociado de pesquisa e vice-versa.

 A referida disciplina propedêutica  está na maioria das vezes atrelada a elaboração  TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Em minhas aulas, costumo enfatizar que este pensamento trai o aluno. Pois,
as técnicas de estudo e leitura, os modos de análise, pensamento e escrita compatíveis com o rigor científico, as técnicas de produção de conhecimento válido, as normas de elaboração de resenhas, são para toda a vida acadêmica e extra-muros universitários.
A monografia, cumpre um papel, mas é apenas um dos créditos a serem cumpridos.

Sabemos que a  formação acadêmica  não se limita ao cotidiano da sala de aula. Assistir às aulas, fazer os trabalhos e sair-se bem nas avaliações está longe de ser o suficiente. Ao longo dos cursos de graduação o acadêmico deve preocupar-se com o contínuo enriquecimento de sua formação, participando de eventos científicos, fazendo estágios, lendo obras de interesse, participando de grupos de pesquisa e publicando artigos em revistas especializadas com o apoio dos professores orientadores.

Defendo a premissa de que qualquer estudante pode participar de experiências científicas. O saber discente, consolidado qualitativamente exige formação científica constante.

Vemos que muitas disciplinas ministradas nas escolas e faculdades de nosso país são desvinculadas da realidade, vejam o exemplo de Biologia, Física e Química. Muitas escolas e centros acadêmicos não contam com laboratórios, fato que distancia o aluno do objeto do conhecimento.

Tenho duas pesquisas na área Educacional que comprovam que o hábito de leitura ainda é pouco comum entre os estudantes. Sabemos que a leitura assídua aumenta a capacidade de redigir e aguça a criticidade.

E quando o assunto é a ABNT ((Associação Brasileira de Normas Técnicas)? Neste caso, muitos estudantes simplesmente sentem aversão pelo tema.
Isso tende a agravar a situação com os constantes trabalhos CtrlV+CtrlC... a falta de leitura e a pouca habilidade com a escrita, levam o nosso aluno a cometer abusos acadêmicos e total falta de ética. Fazer referências, citar, dialogar com o autor, mesmo que discordando, são atitudes acadêmicas que devem acompanhar toda a vida do estudante, seja ele universitário ou não. Pois redigir cientificamente é articular saberes. Nenhum aluno é uma tábula rasa e nenhum professor domina todas as teorias.

O professor orientador deve ser o articulador que tecerá orientações de caráter metodológicos e incentivará o aluno a expor o seu ponto de vista criticamente.

Noutro artigo, abordo a indissociabilidade entre ensino e pesquisa. A estreita relação entre uma e outra pode ser feita na Universidade (também).
Que fique a reflexão sobre a divulgação de saberes. Pois, o conhecimento represado em nada colabora.Este só tem utilidade para a humanidade, se compartilhado.



Referências:

RUIZ, Álvaro João. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 6ª.ed. São Paulo: Atlas, 2009.

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