Algumas famílias ao terem um filho deficiente, após passarem pelo período de negação, superam essa fase inicial (de medo e rejeição) à medida que o bebê começa a interagir. Muitas vezes, os laços de parentalidade não são suficientes para que tal aceitação ocorra. Conforme esclarece Buck (op. Cit Busclagia) “dar a luz a uma criança deficiente não há tempo de preparação”.
Afinal, a
parentalidade demanda papéis assumidos socialmente. Quando uma criança nasce, o
relacionamento social do homem e da mulher, agora (pai e mãe) se altera. Muitos pais só passam a lidar com aceitação do
filho deficiente com processo de interação acima citado. Assim, ao verem a
criança se relacionado com o mundo começam
a esquecer o “rótulo” que impuseram a ela e passam a
conhecer a personalidade desta criança. Esta experiência inicial chega ao
casal como sendo traumática e dolorida. Neste caso, os pais precisam de
orientação e apoio.
Como vimos na
literatura estudada, o primeiro processo que ocorre é o da negação. Os pais
demoram a perceber que na verdade, não rejeitam a criança, mas sim, a
deficiência. Afinal, a ferida narcísica está latente.
Este sentimento de
negação, pode ser seguido por outro
sentimento negativo: a raiva diante da frustração do projeto de família que
não saiu como o esperado. Os pais, homem e mulher, cheios de projetos
diante da constituição da família podem
se deixar “enfraquecer enquanto casal”. Será necessário que busquem caminhos
para ajuda mútua e fortalecimento da relação. Muitos casos de famílias cujos filhos
nascem deficientes, acabam com a separação do casal.
Alguns pais, num misto de dúvida e medo dizem que não
querem o bebê (rejeição). Geralmente esse sentimento (às vezes ocorre por
impulso). Em muitos casos ocorre a
depressão (um sentimento intenso de tristeza), e a sensação de que “o mundo
está desabando”. Afinal, o filho sonhado, não está lá. Quem poderá
compreender-me? Pensam alguns.
O processo de aceitação é um dos
momentos mais difíceis para o sujeito, sentimentos se misturam e esbarram com o
próprio modo de ser. Aceitar o outro (tanto o filho deficiente,
quanto ao cônjuge) do jeito que é não significa compactuar com ele, mas
entender que as transformações dependem exclusivamente de um desejo individual,
pessoal de melhora, que pode ou não, ser correspondido.
É inevitável o jogo de culpas entre o casal. Através da aceitação os
relacionamentos interpessoais tendem a ganhar uma atenção menos sofrida, ciente
que aceitar não é concordar com tudo, mas abrir espaço para que o novo chegue.
Conforme vimos no filme apresentado em sala de aula, muitas
mães, aceitam a deficiência da criança e afirmam: -“Eu não mudaria em nada o
meu filho. Gosto dele do jeitinho que ele é”.
BUSCAGLIA,
Leo. Os deficientes e seus pais: um
desafio ao aconselhamento. cap. 2. Record,
1993
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