quinta-feira, 30 de abril de 2015

PESSOAS DEFICIENTES E PARENTALIDADE



Algumas famílias ao terem um filho deficiente, após passarem pelo período de negação, superam essa fase inicial (de medo e rejeição) à medida que o bebê começa a interagir. Muitas vezes, os laços de parentalidade não são suficientes para que tal aceitação ocorra. Conforme esclarece Buck (op. Cit Busclagia) “dar a luz a uma criança deficiente não há tempo de preparação”.
Afinal, a parentalidade demanda papéis assumidos socialmente. Quando uma criança nasce, o relacionamento social do homem e da mulher, agora (pai e mãe) se altera.  Muitos pais só passam a lidar com aceitação do filho deficiente com processo de interação acima citado. Assim, ao verem a criança se relacionado com  o mundo começam a esquecer o “rótulo” que impuseram a ela  e passam a  conhecer a personalidade desta criança. Esta experiência inicial chega ao casal como sendo traumática e dolorida. Neste caso, os pais precisam de orientação e apoio.
Como vimos na literatura estudada, o primeiro processo que ocorre é o da negação. Os pais demoram a perceber que na verdade, não rejeitam a criança, mas sim, a deficiência. Afinal, a ferida narcísica está latente.
Este sentimento de negação, pode ser seguido por  outro sentimento negativo: a raiva diante da frustração do projeto de família  que  não saiu como o esperado. Os pais, homem e mulher, cheios de projetos diante da constituição da família  podem se deixar “enfraquecer enquanto casal”. Será necessário que busquem caminhos para ajuda mútua e fortalecimento da relação. Muitos casos de famílias cujos    filhos nascem deficientes, acabam com a separação do casal.
Alguns pais,  num misto de dúvida e medo dizem que não querem o bebê (rejeição). Geralmente esse sentimento (às vezes ocorre por impulso).  Em muitos casos ocorre a depressão (um sentimento intenso de tristeza), e a sensação de que “o mundo está desabando”. Afinal, o filho sonhado, não está lá. Quem poderá compreender-me? Pensam alguns.
O processo de aceitação é um dos momentos mais difíceis para o sujeito, sentimentos se misturam e esbarram com o próprio modo de ser.  Aceitar o outro (tanto o filho deficiente, quanto ao cônjuge) do jeito que é não significa compactuar com ele, mas entender que as transformações dependem exclusivamente de um desejo individual, pessoal de melhora, que pode ou não, ser correspondido.
É inevitável o jogo de culpas entre o casal. Através da aceitação os relacionamentos interpessoais tendem a ganhar uma atenção menos sofrida, ciente que aceitar não é concordar com tudo, mas abrir espaço para que o novo chegue.

Conforme vimos no filme apresentado em sala de aula, muitas mães, aceitam a deficiência da criança e afirmam: -“Eu não mudaria em nada o meu filho. Gosto dele do jeitinho que ele é”.


 BUSCAGLIA, Leo. Os deficientes e seus pais: um desafio ao aconselhamento. cap. 2. Record, 1993

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui o seu comentário sobre este assunto: