Ao falarmos em práticas educativas inclusivas, discutimos paralelamente as diferentes formas de aprender. Cada aluno aprende em seu ritmo e tempo.
A escola prioriza o sujeito visual. Para Dussel (2012), apesar de todas as críticas em relação à escola e da ênfase no declínio dessa instituição como espaço público de aprendizagens significativas, esta se torna a mais importante em caracterizar algum "sentido comum", de certa forma livremente, em relação à cultura letrada.
Inviável ao educador negar a relevância de um filme, de uma discussão, de saberes compartilhados diante da infinita possibilidade que a mídia apresenta no atual cenário.
Assim, 'a imagem associada à palavra, numa relação constante de amplitude do campo interpretativo, assim é, pela natureza comunicativa de sua constituição e existência no mundo, na qualidade de signo, já que é produzida numa ambiência prevalentemente intersubjetiva, conforme esclarece Alves (2003).
Lima (2006), autor cego, sugere que os envolvidos no processo educacional de pessoas com deficiência visual, não devem presumir a incapacidade das pessoas cegas no que diz respeito ao conhecimento de figuras tangíveis, mas sim, oferecer a essas pessoas um leque maior de possibilidades de configuração de imagens em relevo, tanto no que se refere ao âmbito educacional, quanto para o lazer e a reabilitação, por meio de mapas, gráficos e desenhos em geral. Todavia, quais seriam as peculiaridades da relação da pessoa cega com imagens? Sobre isto Lima (2000, p. 3) apresenta algumas questões:
- Nós pensamos sobre o mundo em termos de imagens?
- A modalidade pela qual obtemos esta informação tem importância?
- Será que as pessoas cegas imaginam os objetos da mesma forma que o fazemos?
- Será que entendem o espaço da mesma forma que o resto de nós?
- As pessoas cegas têm imagens?
- As imagens dos cegos são como as dos videntes?
- Quais são as implicações da falta de experiência visual para as imagens?
- As pessoas cegas percebem objetos e relações espaciais indefinidas de modo deficiente, porque podem
- faltar-lhes imagens mentais?
- Qual a natureza de seu imaginário?
- As imagens mentais são necessárias para alguns tipos de compreensão espacial?”
Que possamos quebrar barreiras físicas e atitudinais, transpor obstáculos, superar os desafios, encorajar e acima de tudo empreender saberes que ajudem os deficientes visuais a viver num mundo sem rótulos ou estigmas.
O tema aqui proposto é apenas uma provocação ao leitor. Que ele possa usar as referências para novas pesquisas. Assim, sem a pretenção de depurar a realidade ou as atitudes que as imagens representam e nos apresentam, vislumbro um novo olhar sobre a cultura escolar... aquela que nos afeta e aquela pela qual somos afetados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui o seu comentário sobre este assunto: