quarta-feira, 12 de agosto de 2015

PEDAGOGIA DA IMAGEM




Ao falarmos em práticas educativas inclusivas, discutimos paralelamente as diferentes formas de aprender. Cada aluno aprende em seu ritmo e tempo.

Os deficientes visuais aprendem pelo tato para relacionarem-se com a vida, com o mundo. Assim, o educador deve oferecer figuras/imagens em alto relevo, o ajudando a construir o conteúdo do ensino. 

A escola prioriza o sujeito visual.  Para Dussel (2012), apesar de todas as críticas em relação à escola e da ênfase no declínio dessa instituição como espaço público de aprendizagens significativas, esta se torna a mais importante em caracterizar algum "sentido comum", de certa forma livremente, em relação à cultura letrada.

Inviável ao educador negar a relevância de um filme, de uma discussão, de saberes compartilhados diante da infinita possibilidade que a mídia apresenta no atual cenário.


Assim, 'a imagem associada à palavra, numa relação constante de amplitude do campo interpretativo, assim é, pela natureza comunicativa de sua constituição e existência no mundo, na qualidade de signo, já que é produzida numa ambiência prevalentemente intersubjetiva, conforme esclarece Alves (2003).


O autor russo, Vigotsky, nos ajuda a  entender a importância dos signos na educação. Nós pensamos sobre o mundo e temos imagens sobre ele. Tentamos representar, registar tudo tais informações e assim, trabalhamos a cultura. Os signos emergem na relação com o outro. Advém daí a natureza de sua função.

Lima (2006), autor cego, sugere que os envolvidos no processo educacional de pessoas com deficiência visual, não devem presumir a incapacidade das pessoas cegas no que diz respeito ao conhecimento de figuras tangíveis, mas sim, oferecer a essas pessoas um leque maior de possibilidades de configuração de imagens em relevo, tanto no que se refere ao âmbito educacional, quanto para o lazer e a reabilitação, por meio de mapas, gráficos e desenhos em geral. Todavia, quais seriam as peculiaridades da relação da pessoa cega com imagens? Sobre isto Lima (2000, p. 3) apresenta algumas questões: 


  • Nós pensamos sobre o mundo em termos de imagens?
  •  A modalidade pela qual obtemos esta informação tem importância? 
  • Será que as pessoas cegas imaginam os objetos da mesma forma que o fazemos?
  •  Será que entendem o espaço da mesma forma que o resto de nós? 
  • As pessoas cegas têm imagens? 
  • As imagens dos cegos são como as dos videntes?
  •  Quais são as implicações da falta de experiência visual para as imagens?
  • As pessoas cegas percebem objetos e relações espaciais indefinidas de modo deficiente, porque podem 
  • faltar-lhes imagens mentais?
  •  
  • Qual a natureza de seu imaginário? 
  • As imagens mentais são necessárias para alguns tipos de compreensão espacial?”



Que possamos quebrar barreiras físicas e atitudinais, transpor obstáculos, superar os desafios, encorajar e acima de tudo empreender saberes que ajudem os deficientes visuais a  viver num mundo sem rótulos ou estigmas.

O tema aqui proposto é apenas uma provocação ao leitor. Que ele possa usar as referências para novas pesquisas. Assim, sem a pretenção de depurar a realidade ou as atitudes que as imagens representam e nos apresentam, vislumbro um novo olhar sobre a cultura escolar... aquela  que nos afeta e aquela pela qual somos afetados.







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