sexta-feira, 13 de março de 2015

PLANEJAMENTO COMO ATITUDE

O PLANEJAMENTO COMO ATITUDE
Warlen Fernandes - Professora de Metodologia do Ensino Fundamental 




O possível todo mundo faz.
Bom e de valor é fazer o que
todos consideram impossível.   

(Autor desconhecido)

O planejamento educacional, marco primordial da organização do trabalho pedagógico,  muitas vezes desvincula  a realidade pessoal e social do aluno e da comunidade escolar. 

O deslocamento da atividade de planejar dentro dos setores políticos e econômicos foi cooptado pela Escola ao longo do tempo, como se as necessidades fossem as mesmas. Ledo engano!

O próprio sistema escolar (aquele arraigado no currículo técnico-linear) impede um processo educativo adequado à clientela que assiste à medida que valoriza aspectos acidentais, secundários e burocráticos da atividade pedagógica. 

O que mais nos arregala é que as tentativas para se resolver esse impasse não ultrapassam a subjetividade do lugar-comum e da solução simplista e particularizada. Muitas tentativas frutíferas não são compartilhadas.

A realidade  não nos apresenta um tipo de planejamento das atividades educacionais que  consiga efetivar a tarefa de adequar e inovar ações pedagógicas. Este traço fragmentado e isolado da ação educativa envolve apenas alguns aspectos desta ação, esquecendo-se da totalidade do fenômeno. 
           
Buscamos hoje, o planejamento como atitude. Sabemos que o trabalho é árduo, longo e difícil, pois envolve não apenas os aspectos didáticos metodológicos, mas sobretudo uma postura pessoal, filosófica e política do desafio de planejar. Que encontra-se nas mãos daqueles pensam, mas não executam o trabalho pedagógico;

 Tornamos nossa a fala de CORNELY:
             ... uma ação momentânea em que planejadores do governo chamam o povo ou algumas de suas categorias para legitimar determinados projetos, para coonestar determinadas decisões tomadas a nível técnico ou político ou para cooptar simplesmente com medidas já decididas fora do âmbito da comunidade... (1977, p.37). 

Havemos, pois de cumprir o que foi pensado para que executássemos. Dentro da lei, de horários, de avaliações e de um tempo que nem sempre é o tempo da escola (estamos aqui nos referindo aos planejamentos de Curto, Médio e Longo prazo). 

 Todo planejamento deveria contar com um diagnóstico  autêntico e consciente da realidade. Mas, mesmo nas Universidades, onde o exercício desta prática deveria ser o referencial para que futuros diretores, coordenadores, supervisores a docentes refletissem sobre o planejamento, há muita teoria, porém falta o exercício prático de um planejamento participativo. 

É preciso romper o silêncio, ou melhor, subverter a cultura do silêncio inócuo e da aceitação e abrir caminho para que o verdadeiro silêncio, aquele imprescindível ao diálogo floresça. 

Encerramos este começo de reflexão sobre a atitude de planeja com um poema de Thiago de Mello:

São mágicos os sinais que vão se abrindo
Constelação de girassóis girando
Em círculos de amor que de repente
Estalam como flor no chão da casa.
Mas sobre o chão quem reina agora é um homem
diferente, que acaba de nascer.
Às vezes nem há casa: é só o chão.
 
Porque unindo pedaços de palavras
Aos poucos vai unindo argila e orvalho,
tristeza e pão, cambão e beija-flor,
 
e acaba por unir a própria vida
no seu peito partida e repartida
quando o final descobre um clarão
que o mundo também é seu...




Bibliografia
CORNELY, Seno A. Subsídios para o planejamento participativo. IN: Participação Comunitária. SP,  ENPLASA ,1977
PLANEJAMENTO COMO ATITUDE

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