quarta-feira, 26 de agosto de 2015

DE QUE INCLUSÃO FALAMOS?

Quando abordamos o tema Inclusão, nos reportamos à  Inclusão das pessoas deficientes. O termo é mais amplo, pois havemos de pensar em Inclusão Social. A inclusão sempre recai sobre uma minoria rumo ao todo. Ou seja, ainda partimos de uma parte para a totalidade. Visão cartesiana tão apreendida no meio educacional.
Concordamos com Ballard (1997) ao enfatizar que a educação inclusiva é aquela que luta  contra a "não discriminação das deficiências, da cultura e do gênero" . Como também, aquela educação que progride quando também inclui seus mediadores, os professores.
O professor inclusivo não é um agente isolado na escola. Suas práticas devem ser refletidas e organizadas a fim de viabilizar que o aluno aprenda, no seu tempo e ritmo. A Educação é uma prática comum a todos, direito garantido constitucionalmente e reforçada pela LDB.
Contudo, não basta que lancemos o nosso olhar sobre o aluno e sua deficiência. É necessário que o professor tenha claro se o seu foco está no aluno e na deficiência que este apresenta. Embora redundante, há uma diferença crucial quanto ao foco nestes dois prismas.
Podemos indagar: será que o mediador do comum ato de educar está apto a realizar essa tarefa? Há possibilidades de sucesso num ambiente sem estrutura física e docente adequados?

As ideias sobre inclusão transitam, antes de mais nada,no papel que professores, gestores e demais agentes escolares se capacitam para lidar com as necessidades da clientela.  Por isso, é necessário uma inclusão  para que sirva de modelo e não de temas políticos  e teses de doutorado. A inclusão precisa ser vivenciada. 

terça-feira, 25 de agosto de 2015

O QUE MUDA QUANDO MUDA A AVALIAÇÃO?




A avaliação da aprendizagem é uma categoria que compõem o trabalho pedagógico e afeta os agentes envolvidas. Sem ela, a interferência nos objetivos educacionais propostos fica desprovido de sentido. Deve pois ser discutida sob o viés ético  e epistemológico para que suas vicissitudes e agruras sejam entendidas sob a ótica do aluno e também do professor.


Afirmo em outros textos que a prática avaliativa é árida e provoca debates profícuos no meio acadêmico. Quão relevante para que novas práticas emerjam é o debate claro e o papel ideológico que a avaliação representa secularmente.

A avaliação precisa ser entendida como cultura acadêmica já incorporada por alunos, famílias e instituições de ensino. Muitas vezes é ela que leva a família à escola para entender possíveis dificuldades de aprendizagem ou de 'ensinagem'.

Segundo Cipriano Luckese, a avaliação pressupõe juízo de valores. Logo, a sua prática não é neutra.

Contudo, muitas práticas avaliativas estão agregadas às alterações em outros elementos: alteração curricular, mudança nos objetivos, dentre outros aspectos.

Quando a avaliação sinaliza que o aluno não aprendeu, há o prolongamento de sua vida acadêmica por mais um semestre ou mais um ano, dependendo da organização do tempo escolar. Esta temporalidade reflete não apenas na vida acadêmica do aluno, mas também em sua autoestima.

QUANDO PENSAR EM ADAPTAÇÕES CURRICULARES?



Os currículos precisam se adequar gradual e progressivamente mediante uma avaliação dos objetivos. As adaptações curriculares devem levar em conta: 
O que o aluno deve aprender;
Quando e como aprender;
Que formas de organização são mais eficientes;
Como e quando avaliar o aluno;


Currículo: é a identidade da instituição escolar, é sua organização e funcionamento e o papel que exerce a partir das expectativas da sociedade e da cultura em que se insere. É construído a partir do projeto pedagógico da escola e viabiliza sua operacionalização, orientando as atividades educativas, as formas de executá-las e definindo suas finalidades.


O projeto pedagógico deve orientar a operacionalização do currículo, considerando os seguintes aspectos:



A atitude favorável da escola para diversificar e flexibilizar os processos de ensino e de aprendizagem, de modo a atender às diferenças individuais dos alunos.
A identificação das necessidades dos alunos para justificar a priorização de recursos para a sua educação.
A adoção de currículos abertos e propostas curriculares diversificadas.
A flexibilidade quanto à organização e ao funcionamento da escola.
A possibilidade de incluir professores especializados, serviços de apoio e outros. 


Frente ao exposto, o que altera na prática pedagógica, quando altero a minha forma de avaliar? 
Que novos desafios se apresentam e que novas abordagens teóricas respaldarão o trabalho pedagógico?

Que fique a provocação!


sábado, 22 de agosto de 2015

A 'LEI ROMÁRIO'

Várias pessoas me procuraram esta semana para melhor entenderem a Lei Romário. 
Trago aqui um resumo divulgado no G1.



O Senado aprovou nesta quarta-feira (10) o projeto conhecido como "Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência", que prevê garantias e direitos às pessoas com deficiência. Com a aprovação do projeto de lei, a matéria segue para sanção da presidente Dilma Rousseff.
O projeto, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), foi aprovado no Senado em 2006 e foi enviado para análise da Câmara, sob relatoria da deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), portadora de deficiência física. Como sofreu alterações naquela Casa, teve de ser novamente aprovado pelo Senado e foi relatado pelo senador Romário (PSB-RJ).
Durante a leitura do relatório, o senador se emocionou ao falar de sua filha Ivy, de dez anos, que é portadora de Síndrome de Down. Com lágrimas nos olhos, Romário disse que a aprovação do projeto é uma "vitória".
"Vitória essa que não é do Romário, pai ad Ivy. Que não é do Romário senador. É uma vitória do Romário ser humano, daquele Romário que conhece e sabe o que é realmente a necessidade dessas pessoas", afirmou.
"Hoje é a chance de a gente definitivamente se redimir de tudo de ruim, negativo que vem acontecendo com essas pessoas", concluiu o senador, sob aplausos dos senadores e das pessoas que acompanhavam a sessão nas galerias.
Pelo texto, fica classificada como pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que podem obstruir a sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
Entre os pontos aprovados no projeto estão a criação de um "auxílio-inclusão", que consiste em uma renda auxiliar para o trabalhador portador de deficiência. A renda extra passará a ser paga no momento da admissão do trabalhador. Atualmente, existe um benefício, chamado de Benefício da Prestação Continuada, que a pessoa com deficiência deixa de recebê-lo ao ser admitida. Para virar realidade, o pagamento da verba ainda dependerá da aprovação de outra lei regulamentando os critérios e o valor do auxílio.
Com a aprovação do projeto, as escolas privadas ficam proibidas de cobrarem mensalidades maiores para alunos com algum tipo de deficiência. Também foi aprovada a obrigação de o poder público incentivar e fomentar a publicação de livros acessíveis pelas editoras brasileiras.
A nova lei também assegura que as pessoas com deficiência podem votar e ser votadas, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. O projeto prevê a possibilidade de a pessoa com deficiência ser acompanhada na cabine durante o voto e a adaptação dos locais de votação aos diversos tipos de deficiência. Também sãi assegurados aos portadores de deficiência a garantia de participação em programas eleitorais. No exercício de cargo público, a pessoa terá assegurado o uso de tecnologias apropriadas, quando necessário.
O projeto aprovado pelos senadores também permite que pessoas com deficiência intelectual casem legalmente, além de formarem união estável. O projeto permite que Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) seja utilizado para a compra de órteses e próteses.
O texto também estabelece diversas cotas mínimas para deficientes: 3% de unidades habitacionais em programas públicos ou subsidiados com recursos públicos; 2% das vagas em estacionamentos; 10% dos carros das frotas de táxi devem ser adaptados; 5% dos carros de autoescolas e de locadoras de automóveis deverão estar adaptados para motoristas com deficiência; e 10% dos computadores de “lan houses” deverão ter recursos de acessibilidade para pessoa com deficiência visual.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

PREVENÇÃO AOS PROBLEMAS VOCAIS NA INFÂNCIA

Não raro, as crianças em idade escolar possuem problemas vocais. Na maioria dos casos, por não causarem desconforto acadêmico. tais  transtornos não são percebidos e podem acentuar-se na adolescência.
Sabemos que a conduta vocal do professor  pode interferir diretamente no grupo classe.
Abaixo, algumas orientações que penso auxiliar pais e educadores:
1- Hidrate-se! As crianças geralmente esquecem-se de tomar água. Lembre ao grupo a importância de tomar água de hora em hora.

2- Fique atento à tosse da criança.
3- Não repreenda a criança ao falar "errado", mostre como é a pronúncia correta.
4- Converse com ela lembrando-se SEMPRE que o adulto é o modelo que ela seguirá. Se pais e professores
gritarem, a criança gritará.
5- Crianças adoram o jogo da imitação. Informe-lhes que ao imitarem seus personagens de desenho 
animado favorito ela está 'forçando' a garganta.
6- Bebidas lácteas, chocolates e refrigerantes aumentam a quantidade de saliva e podem afetar a voz.

7- Ar condicionado resseca a mucosa da garganta e pode gerar irritação da mesma.

8- Fale com a criança sempre de frente.

9- Ajude a criança a identificar o som em excesso: ruídos, vozes altas, para que ela não tente competir com os mesmos e assim "forçar" as cordas vocais.

10- Evite falar e escrever na lousa simultâneamente. Esta técnica favorecerá também a voz do professor.








quarta-feira, 12 de agosto de 2015

TÉCNICAS DE ACESSIBILIDADE

Normas Técnicas de Mobilidade e Acessibilidade para Todos Escadarias na via pública Patamares superior e inferior com uma ...


Educacao Inclusiva e Tecnologias Assistivas




Educacao Inclusiva e Tecnologias Assistivas


Educacao Inclusiva e Tecnologias Assistivas








Educacao Inclusiva e Tecnologias Assistivas


Educacao Inclusiva e Tecnologias Assistivas





Educacao Inclusiva e Tecnologias Assistivas

Educacao Inclusiva e Tecnologias Assistivas

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Educacao Inclusiva e Tecnologias Assistivas


Educacao Inclusiva e Tecnologias Assistivas

Educacao Inclusiva e Tecnologias Assistivas


LEI ESTADUAL REGULAMENTA SALAS DE AULA COM ALUNOS DEFICIENTES

Lei regulamenta salas de aula com alunos deficientes


Lei estadual (nº 15.830/2015), de autoria do deputado Carlos Giannazi (doPsol), limita em 20 o número de alunos em classe onde houver alunos deficientes.

A lei ainda prevê a contratação de um professor auxiliar, além do regente da classe, dependendo do grau de dependência dos alunos.

A regra se aplica às escolas paulistas, públicas e privadas, do ensino fundamental e médio. 

Há contudo uma diferença: nas escolas públicas, o limite cai a 15 alunos quando na classe houver dois ou mais alunos deficientes.

A iniciativa pode garantir maiores condições de educação e assistência para os alunos e condições de trabalho mais razoáveis para os professores.

A proposta tinha sido aprovada pelos deputados estaduais em 2014, mas foi vetada pelo governador Geraldo Alckmin. O veto acabou derrubado pela Assembleia Legislativa, que promulgou a Lei no dia 15 de junho último.

Por ser uma mudança recente e muito importante, é preciso que a nova lei seja amplamente divulgada.



Lembrando:

"Inclusão é o privilégio de
conviver com as diferenças"
(Mantoan)

PEDAGOGIA DA IMAGEM




Ao falarmos em práticas educativas inclusivas, discutimos paralelamente as diferentes formas de aprender. Cada aluno aprende em seu ritmo e tempo.

Os deficientes visuais aprendem pelo tato para relacionarem-se com a vida, com o mundo. Assim, o educador deve oferecer figuras/imagens em alto relevo, o ajudando a construir o conteúdo do ensino. 

A escola prioriza o sujeito visual.  Para Dussel (2012), apesar de todas as críticas em relação à escola e da ênfase no declínio dessa instituição como espaço público de aprendizagens significativas, esta se torna a mais importante em caracterizar algum "sentido comum", de certa forma livremente, em relação à cultura letrada.

Inviável ao educador negar a relevância de um filme, de uma discussão, de saberes compartilhados diante da infinita possibilidade que a mídia apresenta no atual cenário.


Assim, 'a imagem associada à palavra, numa relação constante de amplitude do campo interpretativo, assim é, pela natureza comunicativa de sua constituição e existência no mundo, na qualidade de signo, já que é produzida numa ambiência prevalentemente intersubjetiva, conforme esclarece Alves (2003).


O autor russo, Vigotsky, nos ajuda a  entender a importância dos signos na educação. Nós pensamos sobre o mundo e temos imagens sobre ele. Tentamos representar, registar tudo tais informações e assim, trabalhamos a cultura. Os signos emergem na relação com o outro. Advém daí a natureza de sua função.

Lima (2006), autor cego, sugere que os envolvidos no processo educacional de pessoas com deficiência visual, não devem presumir a incapacidade das pessoas cegas no que diz respeito ao conhecimento de figuras tangíveis, mas sim, oferecer a essas pessoas um leque maior de possibilidades de configuração de imagens em relevo, tanto no que se refere ao âmbito educacional, quanto para o lazer e a reabilitação, por meio de mapas, gráficos e desenhos em geral. Todavia, quais seriam as peculiaridades da relação da pessoa cega com imagens? Sobre isto Lima (2000, p. 3) apresenta algumas questões: 


  • Nós pensamos sobre o mundo em termos de imagens?
  •  A modalidade pela qual obtemos esta informação tem importância? 
  • Será que as pessoas cegas imaginam os objetos da mesma forma que o fazemos?
  •  Será que entendem o espaço da mesma forma que o resto de nós? 
  • As pessoas cegas têm imagens? 
  • As imagens dos cegos são como as dos videntes?
  •  Quais são as implicações da falta de experiência visual para as imagens?
  • As pessoas cegas percebem objetos e relações espaciais indefinidas de modo deficiente, porque podem 
  • faltar-lhes imagens mentais?
  •  
  • Qual a natureza de seu imaginário? 
  • As imagens mentais são necessárias para alguns tipos de compreensão espacial?”



Que possamos quebrar barreiras físicas e atitudinais, transpor obstáculos, superar os desafios, encorajar e acima de tudo empreender saberes que ajudem os deficientes visuais a  viver num mundo sem rótulos ou estigmas.

O tema aqui proposto é apenas uma provocação ao leitor. Que ele possa usar as referências para novas pesquisas. Assim, sem a pretenção de depurar a realidade ou as atitudes que as imagens representam e nos apresentam, vislumbro um novo olhar sobre a cultura escolar... aquela  que nos afeta e aquela pela qual somos afetados.







HEMIPARESIA INFANTIL






HEMIPARESIA, O QUE É?

É uma condição neurológica que impede o movimento de uma metade do corpo, mas sem paralisia, por isso, é um menor grau do que hemiplegia  (paralisia total e afeta uma criança em cada mil nascimentos).

Ocorre que o cérebro tem duas metades ou hemisférios (esquerda-direita) e cada hemisfério do cérebro controla a metade oposta do corpo; hemiparesia como "esquerda" e "direita", dependendo da metade do corpo afetada e não sobre o local da lesão cerebral é identificado. Assim, falamos de hemiparesia "certo" quando o envolvimento impede o movimento da mão e / ou pé direito, ainda que a lesão é no hemisfério esquerdo do cérebro, e vice-versa.

Hemiparesia infantil é uma forma leve de paralisia cerebral (PCI - Paralisia Cerebral Infantil),  e pode acarretar  distúrbio  motor associados ao sensorial, cognitivo, comunicação, problemas de percepção e / ou comportamentais, e às vezes para a epilepsia. Estima-se que a prevalência geral de paralisia cerebral é de aproximadamente entre 2 e 3 por 1000 nascidos vivos.

O POTE VAZIO: APRENDER SOBRE HONESTIDADE

Nada melhor do que uma boa história...





Há muito tempo, na China, vivia um menino chamado Ping, que adorava flores. Tudo o que ele plantava florescia maravilhosamente. Flores, arbustos e até imensas árvores frutíferas desabrochavam como por encanto.

Todos os habitantes do reino também adoravam flores. Eles plantavam flores por toda a parte e o ar do país inteiro era perfumado.
O imperador gostava muito de pássaros e outros animais, mas o que ele mais apreciava eram as flores. Todos os dias ele cuidava de seu próprio jardim.
Acontece que o imperador estava muito velho e precisava escolher um sucessor.
Quem podia herdar seu trono? Como fazer essa escolha?
Já que gostava muito de flores, o imperador resolver deixar as flores escolherem.
No dia seguinte, ele mandou anunciar que todas as crianças do reino deveriam comparecer ao palácio. Cada uma delas receberia do imperador uma semente especial. – Quem provar que fez o melhor possível dentro de um ano – ele declarou – será meu sucessor.
A notícia provocou muita agitação. Crianças do país inteiro dirigiram-se ao palácio para pegar suas sementes de flores.
Cada um dos pais queria que seu filho fosse escolhido para ser o imperador, e cada uma das crianças tinha a mesma esperança.
Ping recebeu sua semente do imperador e ficou felicíssimo. Tinha certeza de que seria capaz de cultivar a flor mais bonita de todas.
Ping encheu o vaso com terra de boa qualidade e plantou a semente com muito cuidado.
Todos os dias ele regava o vaso. Mal podia esperar o broto surgir, crescer e depois dar uma linda flor.
Os dias se passaram, mas nada crescia no vaso. Ping começou a ficar preocupado. Pôs terra nova e melhor num vaso maior. Depois transplantou a semente para aquela terra escuta e fértil. Esperou mais dois meses e nada aconteceu. Assim se passou o ano inteiro.
Chegou a primavera e todas as crianças vestiram suas melhores roupas para irem cumprimentar o imperador. Então correram ao palácio com suas lindas flores, ansiosas por serem escolhidas.
Ping estava com vergonha de seu vaso sem flor. Achou que as outras crianças zombariam dele por que pela primeira vez na vida não tinha conseguido cultivar uma flor.
Seu amigo apareceu correndo, trazendo uma planta enorme:
- Ping, disse ele, você vai mesmo se apresentar ao imperador levando um vaso sem flor? Por que não cultivou uma flor bem grande como a minha?
- Eu já cultivei muitas flores melhores do que a sua, disse Ping.
- Foi essa semente que não deu nada.
O pai de Ping ouviu a conversa e disse:
- Você fez o melhor que pôde, e o possível deve ser apresentado ao imperador.
Ping dirigiu-se ao palácio levando o vaso sem flor.
O imperador estava examinando as flores vagarosamente, uma por uma. Como eram bonitas! Mas o imperador estava muito sério e não dizia uma palavra.
Finalmente chegou a vez de Ping. O menino estava envergonhado, esperando um castigo. O imperador perguntou:
- Por que você trouxe um vaso sem flor?
Ping começou a chorar e respondeu:
- Eu plantei a semente que o senhor me deu e a reguei todos os dias, mas ela não brotou. Eu a coloquei num vaso maior com terra melhor, e mesmo assim ela não brotou. Eu cuidei dela o ano todo, mas não deu nada. Por isso hoje eu trouxe um pote vazio. Foi o melhor que eu pude fazer.
Quando o imperador ouviu essas palavras, um sorriso foi se abrindo em seu rosto e ele abraçou Ping. Então ele declarou para todos ouvirem:
- Encontrei! Encontrei alguém que merece ser imperador!
- Não sei onde vocês conseguiram essas sementes, pois as que eu lhes dei estavam todas queimadas. Nenhuma delas poderia ter brotado. Admiro a coragem de Ping, que apareceu diante de mim trazendo a pura verdade. Vou recompensá-lo e torná-lo imperador deste país.

COMPARTILHAR SABERES






Os profissionais da área educacional, têm o compromisso de compartilhar aquilo que aprendem, seja com seus pares, seja com seu alunos. Em linhas gerias, nas últimas décadas, o desenvolvimento tecnológico tornou-se vultuoso e as informações tornaram-se mais acessíveis.
Há quem defenda  a ideia sobre o desenvolvimento tecnológico nos últimos 35 anos, bem como os sucessivos períodos em que tal aconteceria no futuro, de 5 em 5 anos, ou quem sabe, em intervalos menores. Na Educação, todo conhecimento superior a dez anos, estaria obsoleto.
Percebo a que a tecnologia adentra nos nossos costumes e mudam significativamente as nossas vidas. Não estou enfatizando apenas as mídias. Impossível  pensar em nossa vida sem luz elétrica, sem telefone...homem e sociedade se modificam mutuamente, este eixo gira o mundo!
 A efervescência das relações e de todas as gerações (X, Y e Z) faz-se diante dos pacote Windows, das infinitas redes sociais e seus inúmeros aplicativos, das conexões e das relações a estes vinculadas. É o mundo dos super conectados!
Eis a grande questão: Em 2008,  a crise dos EUA fortaleceu o compartilhamento 'de coisas'. E hoje, no Brasil, a crise que não é apenas financeira, mas acima de tudo ética, inclina para o compartilhamento de vários profissionais. Muitos, buscam mais de uma formação acadêmica, mais de um emprego, dividem seu tempo entre trabalho, vida pessoal e estudos.
Para que isto?  penso que é para gerar menos custos para o processo. Um novo viés de oportunidades e não de oportunismos, deve vigorar. Quando assumimos novos papéis, assumimos conjuntamente a responsabilidade legal e funcional disto... e claro, a possibilidade de novos e melhores salários e possivelmente a ampliação do leque de oportunidades trabalhistas.
Nesta seara, as mais diferentes áreas buscam o exercício do empreendedorismo. E compartilhar aquilo que se sabe é antes de tudo, um exercício de cidadania. Represar conhecimento é algo egoísta. A comunicação entre as mais diversas áreas ainda é o calcanhar de Aquiles da educação. Congregar com as parcerias de forma simples e clara sem domínio de saberes.
Pedagogia e Psicologia precisam ter um canal de comunicação sempre aberto. Bem como as áreas de fono e TO.
Um novo saber se constitui... e deve ser compartilhado. Com o respeito e o limite a cada área de atuação as chances de pensarmos transdisciplinarmente torna-se infinitamente possível.
Compartilhar é democrático!

                "Com toda certeza, compartilhar conteúdos é a forma mais democrática de distribuirmos o que aprendemos" 

Warlen Fernandes
13/08/2014
Fonte:http://eduardotecseg.blogspot.com.br

terça-feira, 11 de agosto de 2015

LEITURA - SAVIANI




A falta de compreensão na leitura bem como a incapacidade da própria decodificação impossibilita o aluno a ter acesso aos conteúdos de todas as áreas. Prova disso são os resultados obtidos pelos alunos brasileiros em exames nacionais como a Prova Brasil, O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e em avaliação internacional como o PISA. (Saviani).

A EDUCAÇÃO DO SER POÉTICO - CARLOS D. DE ANDRADE




Por que motivo as crianças, de modo geral, são poetas e, com o tempo, deixam de sê-lo?
Será a poesia um estado de infância relacionada com a necessidade de jogo, a ausência de conhecimento livresco, a despreocupação com os mandamentos práticos de viver – estado de pureza da mente, em suma?
Acho que é um pouco de tudo isso, se ela encontra expressão cândida na meninice, pode expandir-se pelo tempo afora, conciliada com a experiência, o senso crítico, a consciência estética dos que compõem ou absorvem poesia.
Mas, se o adulto, na maioria dos casos, perde essa comunhão com a poesia, não estará na escola, mais do que em qualquer outra instituição social, o elemento corrosivo do instinto poético da infância, que vai fenecendo, à proporção que o estudo Sistemático se desenvolve, ate desaparecer no homem feito e preparado supostamente para a vida?
Receio que sim.
A escola enche o menino de matemática, de geografia, de linguagem, sem, via de regra, fazê-lo através da poesia da matemática, da geografia, da linguagem.
A escola não repara em seu ser poético, não o atende em sua capacidade de viver poeticamente o conhecimento e o mundo.
Sei que se consome poesia nas salas de aula, que se decoram versos e se estimulam pequenas declamadoras, mas será isso cultivar o núcleo poético da pessoa humana?
Oh, afastem, por favor, a suspeita de que estou acalentando a intenção criminosa de formar milhões de poetinhas nos bancos da escola maternal e do curso primário.
Não pretendo nada disto, e acho mesmo que o uso da escrita poética na idade adulta costuma degenerar em abuso que nada tem a ver com a poesia.
Fazem-se demasiados versos vazios daquela centelha que distingue uma linha de poesia, de uma linha de prosa, ambas preenchidas com palavras da mesma língua, da mesma época, do mesmo grupo cultural, mas tão diferentes.
Se há inflação de poetas significantes, faltam amadores de poesia – e amar a poesia é forma de praticá-la, recriando-a.
O que eu pediria à escola, se não me faltassem luzes pedagógicas, era considerar a poesia como primeira visão direta das coisas e, depois, como veículo de informação prática e teórica, preservando em cada aluno o fundo mágico, lúdico, intuitivo e criativo, que se identifica basicamente com a sensibilidade poética.
Não seria talvez despropositado cuidar de uma extensão poética das escolinhas de arte, esta ideia maravilhosa que Augusto Rodrigues tirou de sua formação humana de artista para a realidade brasileira. Longe de ser uma fábrica alarmante de versejadores infantis, essa extensão, curso ou atividade autônoma, ou que nome lhe coubesse, daria à criança condições de expressar sua maneira de ver e curtir a relação poética entre o ser e as coisas. Projeto de educação para a poesia (fala-se hoje em educação artística no ensino médio, quando o mais razoável seria dizer educação pela arte).
A vocação poética teria aí uma largada franca, as experiências criativas gozariam de clima favorável sem que tal importasse na obrigação de alcançar resultados concretos mensuráveis em nível escolar.
Sei de casos em que um engenheiro, por exemplo, aos 30, 40 anos, descobre a existência da poesia…
Não poderia tê-la descoberto mais cedo, encontrando-a em si mesmo, quando ela se manifestava em brinquedos, improvisações aparentemente absurdas, rabiscos, achados verbais, exclamações, gestos gratuitos?
Alguma coisa que se bolasse nesse sentido, no campo da Educação, valeria como corretivo prévio da aridez com que se costuma transcrever os destinos profissionais, murados na especialização, na ignorância do prazer estético, na tristeza de encarar a vida como dever pontilhado de tédio.
E a arte, como a educação e tudo o mais, que fim mais alto pode ter em mira senão este, de contribuir para a educação do ser humano à vida, o que, numa palavra, se chama felicidade?
(Transcrito do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro – RJ, 20.07.74)

RESENHA: PEDAGOGIA DA AUTONOMIA






Paulo Freire, nasceu  1921, na cidade de Recife (PE), em 1959 graduou-se em Direito, mas nunca exerceu a profissão.  Dentre tantas obras, publicou aquela que a meu ver deixa mais do que análises e sugestões. Paulo Freire condensa com maestria uma forma de pensar moderna progressista e militante em favor da autonomia do educando.
Pedagogia da Autonomia  mostra um do saberes fundamentais à prática crítico-educativa que segundo Freire é o que adverte da necessária promoção da curiosidade espontânea para a curiosidade epistemológica.
Aborda no primeiro capítulo,  a ideia mestra que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua produção ou a sua construção.  Nos ensina a pensar certo, não apenas ensinar conteúdos.
No capítulo II, Freire nos ensina a partir do ser do professor. Da infinitude  do ser, que se sabe como tal, que se funda a educação como processo permanente. Ensina-nos que devemos respeitar à autonomia, à dignidade e a identidade do educando.
O autor mostra uma competência geral, um saber de sua natureza e saber especial, ligado a sua atividade docente.

Freire diz que não é apenas objeto da história, mas é sujeito. No mundo da história da cultura, da política ( a prática educativa é em si uma prática política) e constata não para se adaptar, mas para mudar. Mudar é difícil, mas é possível.
No Capítulo III fala de outra qualidade indispensável à autoridade em suas relações com as liberdades é a generosidade.
Outro saber mostrado no livro é o da impossibilidade desunir o ensino dos conteúdos de formação ética dos educadores. De separar prática da teoria, autoridade de liberdade, ignorância de saber, respeito ao professor, de respeito aos alunos, ensinar de aprender. O autor se coloca em favor da compreensão e da prática, da avaliação enquanto instrumento de apreciação do que fazer de sujeitos críticos a serviço, por isso, mesmo, da libertação e não da domesticação. A avaliação em que se estimule o falar a como caminho do falar com.

Sua percepção do homem e da mulher como seres “programados para aprender” e, portanto para ensinar, para conhecer, para intervir, que faz entender a prática como um exercício constante em favor da produção e do desenvolvimento da autonomia de educadores e educando.