sexta-feira, 10 de abril de 2015

O POVO SURDO: IDENTIDADE

Comumente a terminologia "surdos" é usada como sinônimo de "deficiente auditivo". Esclarecemos que o termo surdos refere-se  a membros de uma comunidade, com construção de sua identidade. Já o deficiente auditivo é o sujeito que precisa ser reabilitado diante diante de um déficit. Não raro, o deficiente auditivo não incorpora a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) em sua rotina.

A surdez  é uma deficiência, e não uma doença que a todo custo tenta ser curada. A pessoa surda tem consciência de sua surdez e percebe que a oralidade não é condição para o seu sucesso nas diversas áreas da vida. Vivemos numa sociedade pautada por pelo uso da língua e que qualquer outra forma de comunicação, é considerada inferior e impossível de ser comparada à língua oral.

Conforme mencionada acima, o uso da  LIBRAS é uma forma natural em comunidades linguísticas surdas. Assim compartilham vários interesses/características que lhe atribuem um caráter específico. Foi oficializada em abril de 2000 (pela Lei 10.436) e atribuiu novos caminhos para a educação bilingue em nosso país. A língua confere identidade ao surdo! E na comunidade surda (igrejas, agremiações, clubes, escolas, ou seja, qualquer lugar onde um grupo de surdos se reúna e divulgue a sua cultura e experiência em L.S.

Entretanto,  uma forte questão ainda carece aprofundamento e clareza. Esta questão diz respeito aos profissionais que trabalham com surdos oralizados,e  que  não se sentem parte integrante da comunidade surda.

A Língua de Sinais não pode ser confundida com linguagem de sinais. A língua atribui  ao emprego de seu uso, identidade cultural e poder. Está para além do falar ou não falar.

Estudos revelam que a discussão sobre a surdez está sendo ampliada no Brasil por diversos segmentos profissionais envolvidos com a Educação de surdos.



Segundo DIZEU E COPARALI : "É preciso mudar o foco no trabalho com os surdos, e esse trabalho deve ser centrado no desenvolvimento da linguagem".

A questão da identidade é muito marcante para os surdos. Estudos revelam que  quando o surdo é levado a conviver com uma comunidade ouvinte, sem contato com  outros surdos, sua surdez tende a ser ocultada e depreciada. Torna-se importante para a constituição da identidade do surdo que ele se mantenha integrado em sua comunidade, se relacionando  com os seus pares, sem se isolar da comunidade majoritária.

Para o reconhecimento de sua identidade, é importante que o surdo se identifique com a  cultura surda, com sua língua, com seus costumes; por meio de relações sociais o sujeito surdo e também o ouvinte representarão seu próprio mundo, suas características e seu comportamento diante das vivências. Enfim, reconheça-se como surdo.



DIZEU, Liliane. COPORALI, Sueli. Ed. e Sociedade. Campinas, Vol. 26 . N 91. p.583-597, maio/ago de 2005

Resultados da pesquisa



  1. [PDF]Surdez - Ministério da Educação

    portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/surdez.pdf

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